terça-feira, 7 de março de 2017

Por que existe um dia da mulher?



Por que existe um dia da mulher?

Nildo Viana


Dia 8 de março, Dia da Mulher. As pessoas geralmente não se perguntam por qual motivo existem determinadas datas comemorativas. Por qual motivo existe um dia da mulher? E a mesma pergunta deveria ser feita sobre outras datas, tanto as festivas quanto as demais. O Dia da Mulher, segundo alguns, é uma homenagem às operárias tecelãs que morreram carbonizadas em Nova York em 1857, como resultado da repressão à sua manifestação.

Porém, este acontecimento histórico deixa de ser, para muitos, uma data simbólica das lutas femininas e se transforma em apenas mais um dia formal de comemoração, tal como o Dia da Árvore e o Dia do Índio. A destruição das sociedades indígenas e o desmatamento, no entanto, continuam, assim como a opressão das crianças e das mulheres continua, apesar de existir “um dia” de homenagem a estes segmentos sociais.

No entanto, o Dia da Mulher vai perdendo cada vez mais o seu significado original e hoje vem sendo mercantilizado, como é o Dia da Criança, o Natal, entre outros exemplos. O costume de dar flores começa a se alastrar, bem como já criaram “cestas para o Dia da Mulher”.

O Dia da Mulher é um dia no qual se faz discurso sobre o sexo feminino, as feministas e os políticos fazem referência à sua luta e importância, os meios de comunicação fazem reportagens e passam mensagens, o comércio busca vender produtos voltados para esta data. Mas nada de substancial muda na condição feminina.

Existe o Dia da Mulher pela razão de que existe um problema da mulher, a questão feminina, mesmo que este seja escamoteado. É a opressão da mulher – e sua luta contra ela, como no caso das tecelãs norte-americanas – que faz existir o Dia da Mulher. A opressão da mulher se manifesta no cotidiano, no trabalho, na esfera doméstica, nos atos de violência, nas condições de vida, na cultura, no mercado.

Mas as mulheres não deveriam ter apenas um dia, e sim todos os dias, assim como as crianças, os índios, bem como todos os explorados e oprimidos. Enquanto houver opressão da mulher, haverá o Dia da Mulher. E por isso esse dia deveria ser um dia de luta contra essa opressão e de todas as outras formas de exploração. Esta luta sendo vencedora significaria o fim da opressão e, por conseguinte, o fim do Dia da Mulher e assim todos os dias seriam das mulheres – e dos homens – e não apenas um dia.

____________________
Artigo Publicado originalmente no Jornal Diário da Manhã, edição 6702, http://www.dm.com.br/impresso.php?id=128556.

VIANA, Nildo. Por Que Existe um Dia da Mulher? Diário da Manhã, Goiânia-GO, v. 6701, p. 04 - 04, 12 mar. 2006.

Posts Relacionados:




sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Diferenças e semelhanças entre movimentos de grupos sociais e movimentos de classes sociais



Movimentos Sociais e Movimentos de Classes: semelhanças e diferenças

Nildo Viana

Resumo


O artigo visa apresentar as semelhanças e diferenças entre movimentos sociais e movimentos de classes sociais, destacando que são fenômenos distintos. Para tanto, usando as categorias da dialética e análise concreta dos movimentos sociais e movimentos de classes, aponta para a diferença essencial entre ambos.

Palavras-chave


Diferença, Semelhança, Movimentos Sociais, Classes Sociais, Grupos Sociais, Movimento Operário, Movimento de classes

Texto completo:

TEXTO COMPLETO

domingo, 1 de janeiro de 2017

Marx e a teoria dos movimentos sociais



A Contribuição de Marx para a Teoria dos Movimentos Sociais

Nildo Viana

Resumo


O artigo tematiza a possível contribuição de Karl Marx para a compreensão e análise dos movimentos sociais. Tendo em vista a importância da obra de Marx e sua capacidade explicativa de diversos fenômenos sociais, uma das razões para ser considerado um autor clássico da sociologia, filosofia, e diversas outras áreas do saber, partimos da hipótese de que este pensador traz uma contribuição para a análise dos movimentos sociais. Após alguns comentários sobre como alguns descartaram sua contribuição e como outros a interpretaram, apresentamos as suas principais contribuições para a estruturação de uma teoria dos movimentos sociais. A conclusão é a de que Marx oferece diversas contribuições para uma teoria dos movimentos sociais, desde a metodológica, passando pela teoria da história e do capitalismo, até chegar a alguns apontamentos mais diretos sobre grupos sociais que são base de movimentos sociais.
Palavras-Chave: Marx, Movimentos Sociais, Marxismo, Grupos Sociais, Dialética.

Palavras-chave


Marx, Movimentos Sociais, Marxismo, Grupos Sociais, Dialética.

Texto completo:

TEXTO COMPLETO

Karl Jensen, Movimentos Sociais e Análise Marxista



Karl Jensen e os Movimentos Sociais

Nildo Viana

Resumo


Karl Jensen é um dos raros autores marxistas que busca desenvolver elementos para uma teoria dos movimentos sociais. Qual sua real contribuição para uma abordagem marxista dos movimentos sociais? Em suas Teses sobre os Movimentos Sociais, apresenta uma discussão teórico-conceitual que, embora breve, bastante interessante para compreender a análise marxista dos movimentos sociais. O autor apresenta uma compreensão desenvolvida do marxismo e usa tal domínio teórico para poder analisar os movimentos sociais. O resultado disso é um esboço de teoria dos movimentos sociais numa perspectiva marxista. Contudo, o estágio de “teses” de sua produção mostra que não se trata de uma obra desenvolvida e completa, fundamentada em pesquisas consolidadas. Não constituem uma teoria e sim alguns elementos que, uma vez desenvolvidos, se tornam uma teoria. Isso explica alguns pontos problemáticos em sua análise e que é preciso explicitar e analisar.

Palavras-chave


Marx, Movimentos Sociais, Marxismo, Grupos Sociais, Dialética.

Texto completo:

TEXTO COMPLETO